terça-feira, 2 de março de 2010

Comecinho

Queridos amigos que não leem o meu blog,
Ninguém conhece este blog, eu escrevo prá mim mesmo, prá me aliviar.
Vamos lá:
Fiquei casada por 20 anos com um homem maravilhoso, só Deus sabe o quanto eu o amava.
Quando estávamos com cinco anos de casados, eu não conseguia engravidar e daí adotamos nosso primeiro filho: o adicto. Ele não vai ter nome, será, para todos e para mim, apenas adicto.
Meu marido resistiu, ele não queria adotar. Eu forcei a barra, pois desejava em muito ser mãe; apareceu o adicto, nós adotamos conforme manda a lei e desde os sete dias de nascido está conosco.
Sempre foi um bebê lindo, forte e agradável. Meu marido que era resistente, foi sendo seduzido por aquele bebê, que percebeu a vulnerabilidade emocional do pai e pintava e bordava na cabeça do mesmo.
Várias foram as vezes em que eu falava que ele deveria ser pai e não amigo do adicto, porém ele me respondia: "meu amor, a gente tem que educar pelo amor e não pela dor". Passaram os anos e o adicto pintava e bordava, mandava na casa.
Adotamos outro bebê, PNE, que será assim denominada doravante, sabedores de que era PNE.
O adicto era uma criança muito má, a PNE era saco de pancada dele.
O adicto começara a apresentar comportamento rebelde desde bebezinho, e na escola aflorou ainda sua rebeldia: foi expulso de todos os colégios que estudara.
Em 2003, meu marido teve um CA e faleceu poucos dias depois (do diagnóstico ao óbito, passaram-se apenas 30 dias).
Vou contar como foi depois.
Beijos a todos.

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